sexta-feira, abril 22

por que eu sei que tu vai ver

Eu não tô querendo atrapalhar a vida de ninguém, mas tô querendo salvar a minha. Já estava difícil levar, agora parece ainda pior: parece que me resta só um fiozinho bem fino. Eu entendo teu lado, mais que o teu, entendo o lado dela. Muito mais o dela, mas as coisas tinham mudado, não? Desde a noitada com os amigos teu amor morreu em mim. Me tornei livre daquele sentimento que me dominou por tanto tempo. Continuaste sendo essencial, mesmo assim, porque tu és (e agora já não sei mais) meu amigo; tanta coisa que contei só para ti, compartilhei só contigo. Não entendo esse rompimento repentino, não quero entender. Só estou de pé, vivendo, hoje, porque ontem três amigos sustentaram a situação para mim – ouvindo choro no telefone, me abraçando, tentando me acalmar, me distrair. Eu não tinha forças. Grande parte da minha força estava na tua amizade, na tua presença na minha vida. Não passo uma hora sem que um desespero terrível me ataque e eu tenha que me trancar em algum lugar para segurar o choro. Talvez eu esteja parecendo neurótica ou dramática demais, mas tudo isso me parece ainda fraquinho, a dor é bem maior. Não vou conseguir te descrever ela.

Quero só que a nossa amizade não seja descartada assim. Quero continuar, mas sem benefícios. Eu não quero mais benefício nenhum. Desculpa a frieza em te dizer isso, mas descobri que eles já não me agradam tanto assim. Então, qual é o problema? Quero poder conversar contigo como as duas grandes amigas que nós sempre fomos. Te contar coisas e teu ouvir, e tentar te ajudar, e falar bobagem, discutir livros, filmes, músicas, enfim... Mas não te perder.
O que eu preciso fazer?

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