sábado, abril 23

Pensar em ti dói. Não tanto como era antes, quando era uma dor quase insuportável que me fazia pensar em tanta besteira, eu costumava até mesmo pensar que nunca encontraria outro, tanta ingenuidade! E que me fazia me condenar tanto pelos meus e pelos teus problemas, medos e defeitos. Não, agora é uma dor quase saudável, daquelas que a gente se permite de vez em quando para dizer que a vida é meio cruel.
Quando vem essa dor, ou melhor, essa pequena inquietação, eu me pego pensando se teria como dar certo, como nós darmos certo. Acho estranho usar “nós”, para mim sempre fomos um só. E penso que um dia ainda te digo o que foi para mim todas aquelas madrugadas e beijos e sonhos e planos e juras que, apaixonados, fazíamos um ao outro. E vou te dizer que ainda te sinto, que teu cheiro nunca me abandonou que, sempre que acordo, vejo tua cara de sono e teu corpo jogado ao meu lado na cama vazia. E eu diria que a gente daria certo, mesmo você amando futebol e eu moda, que você assista filmes inteligentes e eu chore com comédias românticas, que eu vou pouco me importar com você chegando mal em casa depois de tomar um porre com os amigos, que talvez eu até pare de falar de mim e ceda ao teu egocentrismo e que, enfim, ceda àquelas fantasias e idéias mirabolantes de deixar tudo pra trás e desbravar o mundo com uma mochila nas costas. Eu até diria que a gente se conheceu num bar cafona, mesmo não achando.
Mas se na hora faltar coragem, eu digo “não era pra dar certo, mesmo” porque talvez no fundo seja essa a verdade.

(Muito mal, nesse momento.)

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