quarta-feira, março 30

“Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, tudo bem”

domingo, março 27

"Eu sei. Estou falando de rejeição clara", disse ela. "Isso eu não tenho estrutura para aguentar." "Ninguém tem", disse eu, mas meu argumento não adiantou muito. "Eu já tentei e tentei", prosseguiu ela, quase chorando, "não é David? Dezenove encontros?" "Meu Deus", concordei, "sem dúvida você tentou."

sábado, março 26

Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos
espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para
cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não
querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça,
como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas
tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me
queira bem e acima de tudo cuida bem de ti.

quinta-feira, março 24

 Você só sabe que não é um pesadelo porque sente uma dor indescritível, daquele tipo que deixa uma marca que você nunca lembra exatamente como surgiu; aquele tipo de dor que lateja escondida, sem razões claras ou momentos adequados. É isso: você entrou numa briga e sabe que perdeu porque sente cada uma das feridas, mas por mais que lhe sejam narrados todos os golpes do seu oponente, você é incapaz de imaginá-los. Talvez a compreensão esteja fora do seu alcance, talvez a idéia de que alguém é capaz de menosprezar cada um dos seus mais sinceros sentimentos não seja algo que você consiga captar e transformar em imagens na sua mente. Talvez não lhe reste outra alternativa exceto a de doer, mesmo sem entender.

terça-feira, março 22

Mesmo que nossos lábios não se cruzem novamente, posso dizer em silêncio, tudo aquilo que ficou escondido para sempre. Haverá momentos em que nossos pensamentos se encontrarão no espaço, e assim,sentiremos falta de estarmos juntos novamente.

segunda-feira, março 21

Eu sigo em frente nessa estrada eterna, com cicatrizes tão profundas que a vida deixa na terra. Muita pressão está sobre as minhas pernas, com lágrimas nos olhos vejo se conto uma história bela. Quantas vezes parei porque cansei, quantas vezes chorei porque tive medo, quantas vezes, nem sei quantas vezes?! Meus ombros sangram por causa das feridas que neles se abriram, mas eu não desisto, não vou largar no chão os meus objetivos. Meus pés inchados doem de tanto caminhar, mas vou ignorar pois tenho lutas pra travar, deixa sangrar, pois a foça que está mim já pode suportar! No final de tudo eu vou pode dizer que lutei um bom combate, acabei a carrera, guardei a fé, hei de termina minha batalha em pé, um dia desses que não sei ao certo qual é, isso acontecerá não deixarei de acreditar!

quinta-feira, março 17

E viver nessa permanente espera. Eu esperei, muito, encontrar você no desembarque, pra logo depois saber que dessa vez foi você quem não agüentou esse peso. E mais uma vez eu esperei você. Pateticamente esperei. E eu esperava que a gente desse certo. E que com você tudo fosse mais leve e mais simples, mas você nunca me deixou. E agora, depois de quase um ano fora, e de mais uma vez ter mudado meu planos por alguma ilusão de tentativa, parece que foi ontem que eu encaixotei as coisas. Quantas vezes eu mudei meus planos esperando que a gente desse certo, e quantas vezes mais eu mudaria todo e qualquer plano. Tanto tempo passou… Feriados, aniversários, natal e o ano novo passaram sem você, como todos os dias e uma vez uma mulher me disse no metrô francês que um ano não é um dia. Eu não esqueci nada, por Deus… eu não esqueci nada. Tanto tempo depois e eu não esqueci nada. Não esqueci a maneira como você me olhava, nem como só você entendia as minhas piadas sem graça, e eu ainda sinto o cheiro dos nossos lugares prediletos, só não consigo mais ouvir as musicas que a gente gostava, que eram nossas. A vida me empurra pra algum lugar que eu não sei onde é e cada vez mais eu tenho essa dolorida certeza que você não vai estar lá quando eu chegar. Talvez você tenha me deixado em algum lugar do seu caminho, como alguma coisa que se tira da bagagem porque pesa demais e você se dá conta que não precisa daquilo.
Olha,  São Paulo realmente é um lugar que me faz bem apesar do peso do ar. Mas sempre tem coisas que pesam mais. Estranhamente aqui eu me sinto dentro de algum mundo que faz algum sentido embora eu não consiga definir isso muito bem. É como colo de mãe, por mais que a gente brigue com ela é sempre lá que a gente vai chorar. Não faz mais sentido chorar pelo o que julgamos perdido, até porque a gente sempre pode encontrar uma jamanta na esquina e daí em uma fração de segundos quem sabe a vida faça algum sentido.
E essa permanente espera. Ás vezes eu acho que você é a jamanta do meu caminho.

quarta-feira, março 2


Eu não sei quem foi o idiota que resolveu que é normal fingir que é normal ver o amor se transformar em indiferença.

Manter a calma e fingir que sabe exatamente o que está fazendo. Tem sido o meu dom, ultimamente. Sabe, cada momento tem sido um grande aprendizado, me recuso a me chamar de obcecada por não absorver coisas que eu deveria aprender. E sinceramente... A vida tem que acontecer, não espere motivo de alguém para sorrir faça isso por si próprio, se achar, claro, que merece!