quarta-feira, agosto 11

"Acordei em cólera". Tá chovendo lá fora, e tá trovejando aqui por dentro. Sabe quando você sente que é o fim? Que não há mais nada que possa ser feito? Mas não um fim explícito, um que dói mais. E o mais engraçado de tudo, é que me sinto triste. Por que tristeza pelo abandono de algo que só te fez mal? Também não sei. Talvez seja aquela birra de fazer dar certo o que não deu. E o que não consegui mudar. Frustração explica bem.
Estou falando desses meses. De como eu estava com a cabeça cheia. E de como eu consegui fazer tudo da forma horrenda possível. Mas não adianta eu falar, você vai ouvir? Não. Agora que mostrei a parte mais dura de mim (...) É isso o que você vai fazer. Mas chega de premonição e pessimismo. Ninguém mais me aguenta ouvir e eu também não aguento mais falar.
Sou teimosa. Quero as coisas do meu jeito. Foi falha minha também. Da minha cabeça. Da minha maneira de me iludir sem que ninguém precise dizer nada. E daí? Isso é comigo, e eu prometo que vou resolver enquanto você vai estar bem longe.
Eu só quero que essa tristeza saia logo de mim. De alguma forma, eu precisava disso. Precisava de um fim. Um fim explícito, o oposto de nós dois. E só é triste dizer que não há mais nada que possa ser feito.
Aqui estou eu. Meu eu após você. Alguém muito diferente em vários aspectos. Bons e ruins. Quando paro pra pensar em tudo que você fez ao longo do tempo, fico abismada com minha incapacidade de matar esse sentimento de uma vez. E matar é a palavra certa. É raiva que sinto desse maldito sem-noção.
Você fez lembrança de cada balada triste que eu ouvia, me fez perder horas de sono com preocupações idiotas, me fez perder a fome, a paciência, e às vezes até a vontade de viver. Tive dúvidas ridículas, fiz comparações tolas, me senti não-amável, e por várias vezes minha tão prezada auto-estima foi lá em baixo. E estou cansada de ouvir que não me abro, que sou chata, que só reclamo. Disso eu sei. Isso sou eu após você. Nunca sei se devo sorrir com todos os dentes ou guardar o sorriso, e preparar as lágrimas. Você é tão inconstante quanto me tornei.

O mais cruel de toda essa história, nunca foi essas diversas sensações que você provocou. Foi que você mal soube me dar o que eu queria, porque mais uma vez, você não sabe o que faz. E eu também, nunca soube não te dar boas-vindas, por menos que você merecesse, porque eu também não sei resistir.
Sei que você nunca me prometeu nada. Minha mania de esperar muito das pessoas que têm pouco a oferecer é horrorosa. E causa danos.
Não volte aqui. Eu estarei melhor assim. E obrigada pelas sensações (não sentimentos, os quais você nunca me deu a chance de aceitar, já que nunca tivera coragem de me oferecer).

"Você sorriu e me propôs que eu te deixasse em paz, me disse 'Vai' e eu não fui."

E aqui vou eu, estar anestesiada mais uma vez. Com aquela falta de sentir. Mas é melhor assim, vá por mim. E você, pode ir. Com toda certeza que não vai se importar."

Nenhum comentário:

Postar um comentário