quinta-feira, março 17

E viver nessa permanente espera. Eu esperei, muito, encontrar você no desembarque, pra logo depois saber que dessa vez foi você quem não agüentou esse peso. E mais uma vez eu esperei você. Pateticamente esperei. E eu esperava que a gente desse certo. E que com você tudo fosse mais leve e mais simples, mas você nunca me deixou. E agora, depois de quase um ano fora, e de mais uma vez ter mudado meu planos por alguma ilusão de tentativa, parece que foi ontem que eu encaixotei as coisas. Quantas vezes eu mudei meus planos esperando que a gente desse certo, e quantas vezes mais eu mudaria todo e qualquer plano. Tanto tempo passou… Feriados, aniversários, natal e o ano novo passaram sem você, como todos os dias e uma vez uma mulher me disse no metrô francês que um ano não é um dia. Eu não esqueci nada, por Deus… eu não esqueci nada. Tanto tempo depois e eu não esqueci nada. Não esqueci a maneira como você me olhava, nem como só você entendia as minhas piadas sem graça, e eu ainda sinto o cheiro dos nossos lugares prediletos, só não consigo mais ouvir as musicas que a gente gostava, que eram nossas. A vida me empurra pra algum lugar que eu não sei onde é e cada vez mais eu tenho essa dolorida certeza que você não vai estar lá quando eu chegar. Talvez você tenha me deixado em algum lugar do seu caminho, como alguma coisa que se tira da bagagem porque pesa demais e você se dá conta que não precisa daquilo.
Olha,  São Paulo realmente é um lugar que me faz bem apesar do peso do ar. Mas sempre tem coisas que pesam mais. Estranhamente aqui eu me sinto dentro de algum mundo que faz algum sentido embora eu não consiga definir isso muito bem. É como colo de mãe, por mais que a gente brigue com ela é sempre lá que a gente vai chorar. Não faz mais sentido chorar pelo o que julgamos perdido, até porque a gente sempre pode encontrar uma jamanta na esquina e daí em uma fração de segundos quem sabe a vida faça algum sentido.
E essa permanente espera. Ás vezes eu acho que você é a jamanta do meu caminho.

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