sábado, junho 19

Uma grande orquestra tocando uma pequena canção.

Já tive sentimentos imensuráveis. Imensurável também era tudo que vinha agregado ao fato de sentir algo que não cabe no peito. A orquestra foi perdendo, aos poucos, seus membros mais importantes, até que o desfalque era tamanho que me feria os ouvidos. Uma desafinada sinfonia, sem melodia nem cadência, conduzida por um maestro que não está mais lá. Hoje minha filarmônica ensaia um movimento diferente, que eu tento chamar, mas não consigo, de distração. Uma grande orquestra tocando uma pequena canção.
E a música dela é nova, é rara, é curta, e quase nunca toca no meu gramofone. Mas é no mesmo tom da minha. Ela parece não saber que cada nota ficou na minha cabeça, como uma partitura escrita pelas paredes da minha casa. Ela parece não querer saber. Mas cá estou eu, sempre falando um pouco demais.
Porra, guria. Porra. Quem te escreveu assim?



Nenhum comentário:

Postar um comentário